quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Açaí que eu quero ver...

Djavan Caetano Viana é natural de Maceió - AL, nasceu em 27 de janeiro de 1949 e construiu uma carreira de sucesso devido a seu talento tanto quanto músico como compositor. Suas canções cheias de swing e ritmo tem também letras encantadoras e por certos momentos um tanto quanto rebuscadas e complexas. Pois bem, seus arranjos não são diferentes (quem ao menos arranha um pouco de violão sabe bem do que eu estou falando) e por isso a música que veremos hoje é de um esmero profundo tanto na melodia, arranjos e afins, quanto na letrra. Açaí ficou conhecida em 1981 na voz de Gal costa (naquele ano e no seguinte Djavan ganhara o prêmio de melhor compositor da Associação Paulista dos Críticos de Arte). Essa canção desperta curiosidade à maioria das pessoas que a escutam e hoje, a pedidos, é ela que vamos (ao menos tentar) decifrar. Então, para mim a letra refere-se a solidão, ao sentimento de tristeza por se está só, ou por não está com quem se quer está. "Mas por que?" Você pergunta. Bem, não apenas pelo fato da música começar com a palavra "solidão" (rs) mas por todo o resto também. Vejam, a letra é bem curta e ainda assim de certa forma complexa. Djavan usa palavras rebuscadas e também faz uso da liberdade poética de forma parnasiana para aperfeiçoar algumas rimas (quando ele fala: "açaí guardiã" aliás açaí em tupi significa "fruto que chora".Se pensarmos, faz todo o sentido, pois ao mesmo tempo a letra fala de solidão e tristeza. Fruto que chora. Lágrimas. Por outro lado o açaí é uma fruta forte de alto teor calórico por isso o guardião (guardiã) e existe também uma lenda que você pode conferir aqui que talvez tenha incentivado Djavan, já que o mesmo é um admirador do nosso folclore.)
Então vamos a letra: 

Açaí
Djavan

Solidão de manhã,
Poeira tomando assento
Rajada de vento,
Som de assombração, coração
Sangrando toda palavra sã

 (Essa primeira estrofe deixa claro a solidão e o relaxamento, a falta de coragem e vontade a poeira entrando em todos os lugares trazida pelo vento. Já som de assombração faz alusão direta ao silêncio que a solidão nos oferece)

A paixão puro afã,
Místico clã de sereia
Castelo de areia,
Ira de tubarão, ilusão
O sol brilha por si

 (afã é cansaço, falta de ar, castelo de areia é facil de desmoronar. Ilusão)

Açaí, guardiã
Zum de besouro um imã
Branca é a tez da manhã

(zum de besouro gruda no ouvido como um imã. Tez é pele, a pele mais exterior, mais fina e sensível. Branco, pálido, sem energia, sem graça. Ou seja o incomodo da solidão torna as manhãs, o ato de acordar só, cor.)

Essa música foi sugestão (na verdade ela quase implorou) da leitora (e minha irmã) Grace, mesmo assim é bastante interessante.
Bom então é isso pessoal, tentei. Agora é a vez de vocês.
Abraço a todos e não deixem de comentar. 

Para ouvir Açaí clique aqui