sexta-feira, 18 de março de 2011

Até quando esperar...

A plebe rude foi uma das grandes bandas de Brasília dos anos 80. Com letras inteligentes e críticas, que iam direto ao ponto, a plebe, assim chamada pelos fãs, teve de encarar situações difíceis como por exemplo apanhar da polícia por conta de suas músicas. A música mais famosa da banda foi composta em 1983 por Philippe Seabra que ná época tinha de 15 para 16 anos. Quase 30 anos depois a música parece ainda fazer bastante sentido perante a realidade do Brasil. Mas o que me chama atenção mesmo é que um garoto de 16 anos a tenha escrito, pois hoje se pararmos para pensar nos nossos jovens de quinze e desesseis anos que dizem gostar de rock perceberemos de fato que as músicas que eles gostam, que eles denominam rock, são meros versos rasos sem sentido, razão, idéia ou fundamento. São garotos brancos em roupas coloridas pulando que nem pipoca. Esses coloridos são os responsáveis pelo que pensa, veste, come, bebe e usa essa nova geração. Então se antes tinhamos garotos de 16 anos com alta capacidade cognitiva e de processamento e análise crítica das informações, garotos com a capacidade de questionar e escrever coisas como "com tanta riqueza por aí aonde é que está? cade sua fração? até quando esperar a plebe ajoelhar, esperando a ajuda de Deus?" hoje temos garotos com mais de 16 anos escrevendo coisas como "E é verão, eu quero festa e diversão, mais...queria ver o sol nascer até o amanhecer" ou "você é raio de saudade meteoro da paixão" e sem toda aquela capacidade de entendimento de construções mais complexas, ou do mundo a sua volta. Essa é a geração que estamos construindo. Estamos em processo de regressão?
Então é isso, como a música de hoje vai direto ao ponto, não precisaremos das letrinhas vermelhas rsrsrs
Abraço a todos, não deixem de comentar e até a próxima

Até Quando Esperar
Plebe Rude
Composição: André X/Gutje/Philippe Seabra

Não é nossa culpa
Nascemos já com uma bênção
Mas isso não é desculpa
Pela má distribuição

Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Até quando esperar

E cadê a esmola que nós damos
Sem perceber que aquele abençoado
Poderia ter sido você

Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração

Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus
Posso
Vigiar teu carro
Te pedir trocados
Engraxar seus sapatos

Posso
Vigiar teu carro
Te pedir trocados
Engraxar seus sapatos

Sei
Não é nossa culpa
Nascemos já com uma bênção
Mas isso não é desculpa
Pela má distribuição

Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração

Até quando esperar
A plebe ajoelhar
Até quando esperar
A plebe ajoelhar
Esperando a ajuda do divino Deus


12 comentários:

  1. Que post duh caaralho! É isso aê boboy, não podemos deixar de nos expressar, não podemos nos deixar cair na armadilha do sistema (CONFORMISMO). Seu ponto de vista tem que ser visto por muitos jovens que se acham rockeiros, mas na verdade são produtos de uma Elite que querem que eles tenham essa "atitude", esse "rótulo". Décadas atrás o rock era realmente uma pedra no encalço do sistema. Hj em dia não passa de uma mercadoria, usada para gerar lucro pelos magnatas, para os magnatas.. É uma pena que esse tempo passou, o tempo que questionávamos a "ordem". No entanto, ainda tenho esperança que a humanidade, o povão, o gado, os controlados,os manipulados reflitam sobre o mundo e os "donos da verdade" que ditam as regras, que nos aprisionam em dívidas, crenças e entretenimento. REVOLUTION NOW! Acorda PORRA!

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  2. Concordo quando Rafael expoe que muitos "rockeiros" são "produtos de uma elite"

    Realmente, faz todo sentido. A música é feita por jovens riquinhos de classe média (até alta) que não sabem nada e fazem música que não falam nada, com suas palavras "vagas",compartilhando isso com outras pessoas sem nada na cabeça.

    São poucas as pessoas, os jovens que fazem do rock um meio para protesto, transmissão de ideias e contestação. Isso o plebe rude fez muito bem!

    Infelizmente, com essas bandas que nos são colocadas na televisão e em rádios interessadas apenas em lucro e imagem, temos que recorrer ao que antes não dávamos tanto valor. Um exemplo são as bandas antigas, que realmente tinham algo a oferecer, principalmente em termos de conteúdo.

    Não quero parecer saudosista, ou um conservador. Mas, com as bandas e referências musicas que temos atualmente, essa é uma das alternativas que valem a pena fazer.

    De certa forma, é muito importante que isto aconteça, para termos conhecimento do que realmente vale a pena e o que não vale. Esse movimento resgata também o movimento de orgulho ao Rock Brasileiro antigo, onde muitas bandas desprezadas em outros tempos (como o Plebe Rude) podem ser exaltadas agora, pelo seu valor.

    Se atualmente nossos jovens têm esse padrão de música como bom, no caso de Restart, Cine e Fiuk, foi porque se permitiram aceitar isso em suas vidas. Não adianta colocarmos a culpa em emissoras de rádio e tv apenas, quando o direito de escolha prevalece. Sei que as pessoas são alienadas, mas se assim fazem é porque querem. E, infelizmente, percebemos um emburrecimento dos nossos jovens.

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  3. Concordo quando Rafael expoe que muitos "rockeiros" são "produtos de uma elite"

    Realmente, faz todo sentido. A música é feita por jovens riquinhos de classe média (até alta) que não sabem nada e fazem música que não falam nada, com suas palavras "vagas",compartilhando isso com outras pessoas sem nada na cabeça.

    São poucas as pessoas, os jovens que fazem do rock um meio para protesto, transmissão de ideias e contestação. Isso o plebe rude fez muito bem!

    Infelizmente, com essas bandas que nos são colocadas na televisão e em rádios interessadas apenas em lucro e imagem, temos que recorrer ao que antes não dávamos tanto valor. Um exemplo são as bandas antigas, que realmente tinham algo a oferecer, principalmente em termos de conteúdo.

    Não quero parecer saudosista, ou um conservador. Mas, com as bandas e referências musicas que temos atualmente, essa é uma das alternativas que valem a pena fazer.

    De certa forma, é muito importante que isto aconteça, para termos conhecimento do que realmente vale a pena e o que não vale. Esse movimento resgata também o movimento de orgulho ao Rock Brasileiro antigo, onde muitas bandas desprezadas em outros tempos (como o Plebe Rude) podem ser exaltadas agora, pelo seu valor.

    Se atualmente nossos jovens têm esse padrão de música como bom, no caso de Restart, Cine e Fiuk, foi porque se permitiram aceitar isso em suas vidas. Não adianta colocarmos a culpa em emissoras de rádio e tv apenas, quando o direito de escolha prevalece. Sei que as pessoas são alienadas, mas se assim fazem é porque querem. E, infelizmente, percebemos um emburrecimento dos nossos jovens.

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  4. Na verdade não é que a plebe tenha sido desprezada, a verdade é que a plebe não quis se vender ao mercado e a gravadoras, preferiu seguir carreira no underground, no meio alternativo e jamais se curvou ao mercado como bandas (tbm muito boas) de sua época o fizeram e o fazem até hoje.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Antes de tudo, cara, temos que saber que a responsabilidade disso tudo tbm é nossa.A música fala pra cada um, "onde está a sua fração"?Recebemos a benção dos portugueses de um país desigual, mas isso não é algo imutável e eterno.Estamos aí, acredito que apesar de tudo, estamos em evolução e não em regressão cmo vc pensa.As gerações são diferentes, brow, a família restart tem um papel diferente das demais e cada banda tem seu propósito, seja ele fazer dinheiro por fazer ou não.Tem mta banda que ainda protesta, apenas o foco foi alterado e a gente tem pouco conhecimento sobre...A juventudo vermelha ainda existe, Che Guevara ainda insiste e o punk ainda incomoda.

    Abraço!

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  7. Mas não se pode negar que essa força vem enfraquecendo com o passar do tempo e surgimento desses "fenômenos" da industria cultural. Estamos cada vez mais alienados.

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  8. Não é porque é meu irmão, mas ele surpreende a cada postagem! Claro que essa inteligência toda ela puxou a mim kkkkkkkkk. Irmãozinho, muito massa a música! Realmente estamos precisando de letras mais "pensantes". Chega de enlatado, abaixo a indústria cultural!
    Não é à toa que este blog recebeu comentário no twitter do baixista Flávio, de Capital Inicial. No dia que Dinho comentar, meu irmão vai ter um colapso :)
    Xêro!

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  9. Impressionante...
    E a frase "No meu tempo era melhor" vem a minha mente, é triste demais ver o tipo de música que temos hoje na cabeça de nossos jovens, o espelho disso é ainda pior, saber o futuro que está reservado não só a eles, mas a todos, pois acredito que as consequências disso vão bem mais além... imaginem esse povo votando?! Cara, isso é só uma das coisas, isso é ainda pior...
    Sério, tenho medo do futuro...

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  10. É, meu caro amigo Graire. Hoje em dia as músicas são comercionalizadas São criadas para serem vendidas, literalmente.
    Não vemos mais letras descentes, melodias para dar prazer, músicas que nos fazem pensar e dizer: Esse compositor é o cara! =/ Triste, mas é a realidade. Com toda a certeza no nosso tempo foi bem melhor, mas se procurarmos direitinho ainda encontramos bandas super legais. Infelizmente não é isso que a maioria das pessoas procuram hoje, por isso essas bandas nunca vão passar de "bandas de garagem", mas o que vale é ainda tem gente que valoriza a boa música.

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  11. GRAIRE,

    Você fez uma comparação formidável!
    Sou professor de História na periferia de Ferraz de Vasconcelos em SP. Vou trabalhar "até quando esperar" para fechar um tema sobre capitalismo e discutir essas ideias. Realmente, como você disse como a música de hoje vai direto ao ponto, "não precisaremos das letrinhas vermelhas"...

    Continue postando discursos inteligentes!

    Douglas

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  12. História para Todos,

    Muito obrigado pelo comentário e sinta-se à vontade para voltar e comentar sempre que quiser.

    Abraço.

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